sábado, 26 de novembro de 2016

Recomeçando

     Acordo disposta a mostrar para o mundo que as coisas mudaram. Depois de mais uma decepção seguida de uma fossa terrível é hora de sorrir para a vida, certo? Certo!
     Levanto e me arrumo para mais um dia na faculdade. É final de semestre e as coisas estão meio corridas. Primeiro porque na vida da Kate aqui nada é feito com prazo, enquanto se tem tempo, não! Quê isso?! Pra quê fazer os trabalhos com antecedência se eu posso fazê-los faltando uma semana ou melhor, um dia para entregá-los? E por que não na mesma data da prova daquela matéria que eu estou custando para passar? É assim que estou nesse fim de semestre. Resumindo: Correndo atrás do prejuízo. Essa sou eu tentando viver nesse mundo louco.
     Após meu término com o Enzo decidi que iria sofrer o quanto fosse necessário para que a dor se curasse sem que nada ficasse pendente na minha relação comigo mesma. Por isso eu chorei um bocado, emagreci - tá vendo?! Não foi de tudo ruim- fiquei longe das redes sociais, não me dediquei tanto ao curso de Psicologia - e olha que eu amo a profissão que escolhi, hein.- e por isso estou aqui quase perdendo a sanidade de tanto trabalho e provas na mesma semana.
      Chega uma hora em nossa vida que independente do fato que nos causou dor, precisamos seguir em frente. É claro que cada um tem a sua maneira. Tem gente que joga as coisas que o outro deu no lixo para que evite pensar na pessoa. Há quem exclua a pessoa em todas as redes sociais. Há quem troque de telefone e há quem simplesmente aceita que a vida tem seu curso e infelizmente nossos desejos alguma das vezes não farão diferença no rumo das situações porque afinal, não podemos controlar o que os outros fazem ou sentem. E olha, não adianta ficar pensando que seu sofrimento atual é garantia de que você será feliz lá na frente. Meu caro amigo leitor, a vida, ao contrário das pessoas, não aceita trocas. Se você não se empenhar para que seus dias sejam melhores, não vá esperando que a felicidade virá atrás de você que ela não vem, viu? Afinal de contas, quem tem que ter disposição para viver a SUA vida é você mesmo.
     Foi ouvindo o Thomás falando sem parar na minha cabeça que acabei dando o braço a torcer e vi que sim, quem precisava de mudar era eu e não o Enzo.
      -Kate, olha para mim -Ele diz apontando para a Avenida.- É para frente que a gente olha viu? O passado nos transforma porque situações mudam pessoas, mas se ficar olhando demais para o passado seu presente nunca será um presente.
     Eu olho pra ele e dou um meio sorriso em sinal de aprovação.
     Thomás é aquele tipo de amigo que eu queria que todo mundo tivesse. Além de ser um amigo incrível, é inteligente, dá bons conselhos, sempre irá lhe fazer rir, mesmo que você fique com raiva em primeiro momento. Sabe aquela pessoa que da gosto de ter por perto? Aquela pessoa que por onde passa deixa uma marca especial? Aquela pessoa que quando sai contigo precisa ficar parando porque tem o carinho de um montão de gente? Pois é minha gente, muito prazer para vocês. Este é o Thomás.
     As vezes o Felipe briga comigo por eu me achar azarada demais - sim queridos, eu prefiro fazer amizades com pessoas do sexo masculino, porque sim.- e até que ele tem razão, porque no contexto amizade eu sou realmente muito sortuda. A vida tem dessas coisas. Sempre irão aparecer pessoas que vão ferrar com seu psicológico. Basta saber se de maneira positiva ou não. Pelo no quesito amizade eu tenho realmente muita sorte. Afinal, alguma sorte temos que ter né?!
     Nessa coragem vou pra faculdade para além de estudar encontrar com minha amiga Marina.
     Marina tem seus 34 anos muito bem vividos. É aquela pessoa que você nunca palpita de maneira certeira a idade que ela tem. Estilosa, bem trajada, -sempre- sorridente e auto astral. Tem dois filhos lindos e apesar de todas as responsabilidades que a vida impõe à ela, Marina tem a essência de uma adolescente. Muita das vezes -mesmo com meus 21 aninhos- me sinto mais velha que minha amiga. Ela quem me animou nos meus piores dias. Ela quem me ajudou a sair da fossa. Se meus dias tem sido alegres, Marina tem responsabilidade nisso tudo. Ela, o Felipe e o Thomás.